20/08/2011 7:48
Alunos da rede estadual podem ficar sem férias
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Parte dos 4 mil alunos da rede estadual de ensino afetados pela greve dos professores pode ficar sem as férias de dezembro e janeiro. O motivo é o prolongamento da paralisação, que já dura 75 dias, dos quais 42 letivos, que pode impossibilitar a reposição total das aulas perdidas no ano. Dos 11 profissionais substitutos convocados nesta semana pela Superintendência Regional de Ensino (SRE) para ministrar aulas em salas do 3º ano do ensino médio em Uberlândia, apenas cinco foram designados. De acordo com estimativa da SRE, ainda faltam contratar 60 educadores no município.
A designação de professores foi determinada na semana passada pela Secretaria Estadual de Ensino (SEE). Os profissionais darão aulas apenas para alunos do 3º ano do ensino médio em razão da proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontecerá nos dias 22 e 23 de outubro. Em todo o Estado, mais de 2,5 mil professores devem ser designados.
Para o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), a contratação de professores substitutos fortaleceu a greve. “Escolas que não estavam no movimento acabaram por aderir. Quando você substitui profissionais em greve, quem estava trabalhando fica indignado, se sente traído”, disse Elaine Cristina Ribeiro, presidente do sindicato em Uberlândia. Segundo ela, o número de escolas afetadas na cidade subiu de 18 para 20 nesta semana, com 700 professores parados.
Joyce Magnini, superintendente regional de ensino, afirma que a quantidade de escolas atingidas pela greve “se manteve em nove”, sendo uma total e as demais parcialmente. O número é inferior às 14 instituições paralisadas divulgadas anteriormente pela SRE. “Contamos 177 professores em greve”, afirmou.
Sind-UTE diz que vai processar substitutos
A designação de professores substitutos em escolas da rede estadual de ensino foi marcada por tumultos. Representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) foram anteontem na Escola Professora Juvenília de Freitas, bairro Luizote de Freitas, zona oeste de Uberlândia, para pegar o nome dos cinco professores substitutos que foram contratados. A intenção é processá-los.
“Substituir profissionais em greve é ilegal. Estamos pegando o nome dos designados para entrar no Ministério Público Federal contra essas pessoas e contra o governo”, afirmou a presidente do Sind-UTE local, Elaine Cristina.
Por meio da assessoria, a Secretaria Estadual de Ensino (SEE) afirmou que lamenta os episódios registrados, que tiveram como objetivo ferir o direito do profissional de exercer sua atividade e do acesso à educação. A SEE afirmou também que a contratação de substitutos é uma resolução legal com respaldo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).
Alunos terão que recuperar o tempo perdido
Esta semana foi de retorno às aulas para Thamyres Sousa Francisco, estudante do 3º ano do ensino médio da Escola Professora Juvenília de Freitas, bairro Luizote de Freitas. Sem aulas desde junho, a aluna afirmou que vai ter que se adaptar para recuperar o tempo perdido, mesmo que tiver que perder as férias de janeiro. “Acho ruim, pois a gente fica prejudicada. Mas, se o objetivo é passar na UFU [Universidade Federal de Uberlândia], a gente tem que superar”, afirmou.
Segundo afirmou, muitos alunos poderão perder as aulas de reposição. “Tem aluno que faz cursinho à tarde ou trabalha. Não dá para vir. Eu mesmo trabalho à tarde e faço curso aos sábados”, disse.
UFU
Servidores técnico-administrativos estão paralisados
A paralisação dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Uberlândia continua. Por causa da greve, que envolve 60% dos 3,3 mil funcionários concursados dos campi, as bibliotecas estão fechadas. “Além de buscarmos melhorias financeiras para a categoria, o movimento tem um eixo político, que se posiciona contra a privatização dos hospitais federais”, afirmou Mário Guimarães Júnior, membro do comando local do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior (Sintet). A greve engloba outras 49 universidades federais.
Docentes
Os professores da UFU vão paralisar as atividades na terça e quarta-feira, com indicativo de greve para quinta-feira (25). A decisão foi tomada em assembleia realizada ontem.
Eles rejeitaram a proposta apresentada pelo governo e defendem a incorporação de gratificações e correção salarial retroativa a janeiro, com reajuste emergencial de 14% em agosto. Uma nova assembleia está marcada para quarta-feira (24).
Eles rejeitaram a proposta apresentada pelo governo e defendem a incorporação de gratificações e correção salarial retroativa a janeiro, com reajuste emergencial de 14% em agosto. Uma nova assembleia está marcada para quarta-feira (24).

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